sexta-feira, 30 de maio de 2014

Luisa Mell coloca classe veterinária contra protetores. CRMV/SP se pronuncia!!!





E novamente uma postagem da candidata Luisa Mell, causa indignação e vergonha aos protetores e defensores de animais e revolta toda a classe veterinária.

.....depois de ter receitado bicarbonato de sódio para tratamento de câncer, induzindo seus milhareshttp://goo.gl/xDTVQY.
de seguidores a abandonar tratamentos de seus animais e ter sido repreendida publicamente no site do CRMV/SP.  Aqui a  postagem que causou muita indignação provocada pelas suas atitudes recentes que evidenciam a busca por seguidores a qualquer custo 
.....depois de ter atacado o vereador Roberto Tripoli  (um dos políticos que até outro dia ela posava ao lado toda sorridente), afirmando que a lei municipal 14483/07 não permite Lar Temporário http://goo.gl/B3yFxp quando na verdade, o que de fato estava querendo era poder "desovar" filhotes ainda mamando em eventos de adoção.
Não satisfeita com tudo o que já tem aprontado, Luisa Mell resolveu atacar a classe veterinária, com um discurso de que deveria ter recebido desconto no Hospital Pompéia por ter levado um cachorro resgatado para atendimento de emergência. Muitos destes veterinários estão questionando o fato de que ela após ter casado com um rico empresário não se omite de aparecer em revistas de celebridades em viagens a Europa, ou mesmo afirmando que vai para a praia com seus animais de helicóptero.
Na página do facebook Luisa Mell não me representa, http://goo.gl/mVHfmg há muitas declarações de veterinários se pronunciando  fortemente contra mais essa atitude da loirinha, e que poderão trazer graves consequências para a nossa causa.
Já que ela como figura pública dita "moda", deveria se pautar por difundir ações e atitudes que realmente viessem a beneficiar os animais, os seus defensores e aqueles que apenas gostam de seus bichos de estimação.


CARTA PÚBLICA À SRA. LUISA MELL

Carta Pública à Sra. Luisa Mell.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária teve conhecimento de sua lamentável manifestação a respeito do hospital veterinário que prestou atendimento a um animal resgatado por sua equipe e que tomou grandes proporções nas redes sociais, gerando milhares de comentários desabonadores contra profissionais médicos veterinários.
Em razão disso, este CRMV-SP vem, em DEFESA de nossa nobre profissão e com grande indignação, ressaltar a Vossa Senhoria, à sua equipe de proteção animal e a todos os demais protetores, que o médico veterinário é um profissional como todos os demais, vivendo da remuneração de seu trabalho e que deve ser respeitado por isso.
Há, desde o princípio, um enorme investimento financeiro, físico, mental e psicológico durante toda a graduação em Medicina Veterinária, esforço que se propaga ao longo de toda a carreira, por ser uma profissão que exige muita dedicação, em razão de cuidar de vidas animais, proteger a sociedade e zelar pela preservação do meio ambiente.
O médico veterinário tem sido de forma constante cobrado por pessoas que se nomeiam “protetores animais” para que exerça sua profissão de forma gratuita ou mesmo por preços irrisórios, sendo literalmente atacado em caso de recusa.
É importante ressaltar que muitos desses protetores são de classes sociais elevadas, possuindo recursos financeiros investidos em conforto e ostentação, tendo claras condições de um maior investimento nos cuidados dos animais resgatados.
Infelizmente, tais pessoas encontram na causa animal uma forma de se promover, usando a proteção, inclusive, como cunho político, e não por realmente se importarem com a situação. Assim, fazer caridade com as mãos dos outros se torna a melhor opção.
Como nas áreas da saúde humana, onde não se costuma ver pessoas atacarem os profissionais por não atenderem pessoas carentes sem cobrança de honorários, há, no município de São Paulo, dois hospitais veterinários públicos, que atendem de forma gratuita, além das diversas Universidades em todo o Estado, prestando atendimento com preços populares.
Porém, alguns protetores procuram as clínicas e os hospitais mais conceituados de São Paulo para a realização do atendimento, talvez porque não desejam esperar por algumas horas nas filas do hospital público ou mesmo não se sintam à vontade em dividir a recepção com pessoas de baixa renda, dando preferência ao conforto das instalações dos estabelecimentos considerados de alto padrão.
Ressalte-se, ainda, que o Código de Ética Profissional do Médico Veterinário, aprovado pela Resolução CFMV 722/02, dispõe que não é permitida a prestação de serviços gratuitos ou por preços abaixo dos usualmente praticados, exceto em caso de pesquisa, ensino ou de utilidade pública.
Ou seja, o profissional que possui consultório, clínica ou hospital particular, somente pode prestar atendimentos gratuitos ou a preços baixos se possuir convênio ou parceria com um órgão público, sendo, desta forma, caracterizado como serviço de utilidade pública.
Por fim, este Conselho solicita a Vossa Senhoria o devido respeito que nossa profissão exige, deixando de divulgar os frequentes comentários desabonadores vistos atualmente, especialmente através de suas redes sociais.

Atenciosamente,
Francisco Cavalcanti de Almeida
Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo


Nota:
A realidade da grande maioria é muito diferente do esquema montado pela futura candidata a politica, Luisa Mell. Muitos protetores vivem em bairros de periferia, fazem das tripas...coração. São humilhados, sofrem preconceito, são rejeitados pelos amigos, pela família, pela sociedade, porque escolheram resgatar e cuidar de animais carentes. A grande maioria depende da ajuda dos profissionais da classe veterinária, aos quais damos o nome de veterinários solidários. São eles que ajudam a tratar, vacinar, castrar os animais resgatados muitas vezes em péssimas condições para que possam ser doados. Fazer com que essa classe fique contra os protetores, é no mínimo um grande desfavor feito por essa pseudo protetora que só visa o seu próprio umbigo. Ela não nos representa, representa a si mesmo, aos seus parceiros e aos seus próprios interesses.





quinta-feira, 29 de maio de 2014

Zoológicos. Um passeio que tem que acabar.





Já repararam que nos últimos anos, raramente se passa uma semana sem que tenhamos alguma denúncia referente a maus tratos ou mortes em zoológicos pelo mundo afora? Aqui mesmo no nosso blog temos acompanhado o caso do zoo de Araçatuba,  que em 11 anos deixou morrer cerca de 300 animais segundo notícias que foram divulgadas na mídia.
São notícias que deixam a todos que amam os animais com a sensação de que algo muito grave está acontecendo pelo mundo e que é necessário uma mudança radical na forma como estes recintos ainda são retratados com o objetivo de educar e desenvolver nas crianças o amor e o respeito pelos animais.
Temos que concordar que ao nos colocar acima dos outros animais quando nos referimos ao direito deles estarem na natureza nos excluímos e fazemos parecer que estamos em outro patamar no planeta.
Até quando iremos nos portar como seres superiores aos demais seres que habitam a Mãe Terra? até quando vamos fingir que não percebemos a triste situação destes confinamentos? sejam em zoos, gaiolas, tanques ou aquários. Não somos especialistas ou técnicos, para poder expor aqui tudo o que temos  presenciado ultimamente, então vamos reproduzir um texto que já foi publicado no ANDA - Agencia de Notícias de Direitos dos Animais e que consideramos muito bom. A nossa parte como ativistas e defensores dos animais é fazer com que mais e mais pessoas venham a ter conhecimento do que realmente deve ser questionado em relação a essa imagem distorcida de que os animais confinados estão felizes ao serem expostos como objetos em uma vitrine.
EsquadrãoPet


Marcela Teixeira Godoy
Bióloga e Professora Universitária.

Como bióloga e educadora, sempre acreditei nos zoológicos como ferramenta deseducativa.
Meu repúdio a esse tipo de atividade fez com que eu me afastasse, durante anos, de uma visita a esses verdadeiros redutos de infelicidade animal. Tive a oportunidade de fazer uma visita técnica a alguns desses redutos recentemente (há menos de uma semana, para ser mais exata). Assim como a aquários, oceanários, serpentários e afins. Foi um tour dos horrores, considerando toda minha aversão a qualquer forma de confinamento animal para a satisfação de egos humanos.
Mas, com o passar do tempo, minha aversão, que antes era representada pela negação, foi substituída pela coragem de encarar os fatos como eles são: os animais sofrem. Ao nosso lado. Todos os dias. E nos fazem, a todo o tempo, um apelo silencioso. Não é possível ignorar essa realidade pelos melindres de não querer sofrer, de não querer olhar.  O sofrimento deles é infinitamente maior.
Nessa visita técnica, foram incluídos locais aos quais os visitantes “comuns” não têm acesso, como cozinhas, biotérios, áreas de cuidados veterinários etc. Fui convidada por uma colega de trabalho a conduzir com ela (que também não é fã de zoológicos) a visita (sou professora universitária) e temos uma turma em comum, a qual nos acompanhou. A curiosidade de saber a quantas anda a exploração legitimada dos animais que tiveram sua liberdade sequestrada, na prática foi um dos fatores que me levou a decidir ir.
Outro fator importante foi a certeza de ter minhas concepções biocêntricas renovadas. Mesmo à custa do meu sofrimento. Banal, como já mencionei, perto do sofrimento de inúmeros animais que lá encontrei.  Antes de “ver” os animais e durante as “visitas”, em todos os locais, há uma explanação teórica/logística por parte dos monitores. Parece que são treinados todos no mesmo lugar, pois as frases feitas a respeito do bem-estarismo animal são quase idênticas. Tais explanações me remetiam inevitavelmente ao Ensaio sobre a Cegueira, de Saramago. Pensava: as pessoas estão mesmo acreditando nisso? (Acho que vou escrever um Ensaio sobre a surdez). Outro pensamento recorrente: na ocasião de uma palestra do Seminário da Agenda 21, no Paraná, em 2009, a filósofa Sônia Felipe mencionou a seguinte frase: “bicho não é vitrine de shopping”. Considerei extremamente relevante. Me fez pensar além.
Zoológicos com objetivos de recuperação e reintrodução de espécies no meio, sem exposição ao público, que respeitam o que o animal nasceu, de fato, para ser, merecem nosso reconhecimento. Não são, infelizmente a maioria deles. A maioria ainda se baseia em concepções especistas e antropocêntricas para justificar sua existência e consequente sofrimento animal. Algumas falácias são facilmente identificadas no discurso daqueles que defendem o zoológico “vitrine” como “ferramenta educativa”. Aliás, podemos, sim, fazer dos zoológicos, ferramentas extremamente educativas se mudarmos a análise e a perspectiva. Analisando sob a ótica da ética biocêntrica, podemos enumerar algumas falácias que são repetidas como mantras a respeito dos animais confinados. Vamos a algumas delas:

- “O Zoológico é importante porque nós devemos conhecer as espécies para preservar/respeitar”.
Essa concepção traz embutida a desculpa de que só é possível preservar uma espécie a partir do momento em que a conhecemos. Se a concepção biocêntrica predomina, o simples fato de o animal existir já é um pressuposto que justificaria o respeito por ele. E só. Eu não conheço nenhum africano, por exemplo, mas não preciso fazê-lo para só depois respeitá-lo. Nunca conheci um urso-polar, um tigre de bengala, uma perereca amazônica ou uma orca. Mas o fato de não vê-los ao vivo não me impede de respeitá-los pela sua essência.

- “O Zoológico é imprescindível para estudarmos o comportamento dos animais”.
Só se for para estudar neuroses de cativeiro. Qualquer pessoa com noções básicas de biologia sabe que o comportamento de animais em cativeiro não é o mesmo que o animal apresentaria no seu meio natural. Tenho muito respeito por estudos comportamentais. Mas por aqueles que são feitos no habitat natural do animal. Esse argumento não sustenta a existência desse tipo de zoológico.

- “O Zoológico é importante para a reprodução e para salvar as espécies”.
Primeiro: a maioria dos animais reproduzidos em cativeiro é reproduzida para esse fim: permanecer em cativeiro. Não para ter devolvido o que lhe foi negado desde as gerações anteriores: sua liberdade. Há, entre os zoológicos, uma espécie de escambo de espécies, onde os animais são intercambiados. Faltou uma girafa no zoológico “x”? Já está nascendo uma no Zoológico “y”. Será separada de sua mãe e destinada ao zoológico “x” como animal de exposição. Segundo: privado da convivência com seus iguais e de todas as interações que lhe são possíveis em seu meio natural, ele não é mais do que a sombra dos seus ancestrais.

- “Mas os animais que nasceram no zoo não sofrem porque não conhecem outra vida”.
 Será que o fato de esse animal ter nascido em cativeiro nos dá o direito de usurpar sua liberdade mais uma vez e condená-lo a uma vida miserável, privando-o da sua verdadeira liberdade?
Se houver uma “visita ao zoológico”, com propósitos educativos, que sejam feitas pelo menos as seguintes perguntas e investigações com os alunos: qual o habitat natural desses animais? Quais os hábitos desses animais em seu meio natural? Geralmente são: nadar, correr, voar quilômetros por dia, procurar comida, defender seu território, interagir com outras espécies e com seus iguais. E em cativeiro? Quais as mudanças percebidas? Quais os impactos nefastos nos seus hábitos? Quais as consequências? Um pequeníssimo exemplo, entre tantos que presenciei: um leão-marinho em seu habitat natural viaja centenas de quilômetros por dia. Em cativeiro, é condenado a viver em um pequeno tanque, onde passa o dia circunscrevendo voltas como que para escapar da escravidão sem fim. Sem falar na obesidade e outros transtornos de comportamento como as já mencionadas neuroses de cativeiro. Isso nos reporta à falácia seguinte:

- “Aqui no zoológico fazemos o enriquecimento ambiental”.
Esse novo modismo nos zoos (proveniente de um modelo americano) traz em sua proposta a introdução de diferentes estímulos no cativeiro para que animais não desenvolvam comportamentos repetitivos e neuróticos como automutilação, coprofagia etc. Certamente, estímulos são melhores que a estagnação a que esses animais são condenados. Mas deve-se sempre questionar: a reabilitação e a devolução da liberdade que lhes foi negada não seria infinitamente melhor? O tão prestigiado enriquecimento ambiental não seria mais um engodo para justificar a perpetuação do cativeiro e de interesses escusos?

- “Hoje não existem mais jaulas nos zoológicos”.
Ouvi diversas vezes essa frase dos monitores que nos acompanharam. Em vários lugares. Basta uma breve visita para, novamente, a perplexidade ao comparar o dito e o constatado ser inevitável. O ápice do menosprezo à inteligência dos presentes. Percebe-se, claramente a existência de cercados mínimos de aço, alumínio, terrários, aquários e paredes de vidro fazendo as vezes de jaulas. Mas pergunto: não seria infinitamente melhor que jaulas, aquários, terrários e afins estejam para sempre, vazios?

- “A alimentação é balanceada”.
Isso pode soar muito bem aos ouvidos antropo e ecocêntricos. Mas nos ouvidos biocêntricos e abolicionistas dói. Até fisicamente. Uma frase que ouvi da monitora: “Os zootecnistas que trabalham no zoo e cuidam da alimentação dos animais acham que os psitacídeos silvestres são uns chatos porque são muito exigentes, não comem qualquer coisa”. Ora, o que diriam os psitacídeos se falassem? “Chato” seria um adjetivo no mínimo elegante para qualificar quem os trancafia em um viveiro, obrigando-os a uma “loteria gastronômica”, forçada e diferente de sua alimentação natural.
E nem tecerei aqui comentários a respeito do estresse gerado para o animal decorrente das barulhentas “visitas”. É desnecessário.
Os animais em zoológicos são a ponta do iceberg dessa empresa. Por trás há inúmeros fatores que formam uma cadeia de horrores para outras espécies também. Uma delas é a existência de biotérios, terceirizados ou dentro dos próprios zoos, que são lugares específicos onde são criados animais vivos para alimentar os animais cativos. No Brasil são criados, para esse fim, ratos, porquinhos-da-índia, gansos, pintinhos etc.
Esses seres vivos, considerados “alimento” no contexto, são manipulados, criados e administrados com a naturalidade de quem dá uma banana a um macaco. São “coisas” como regem os preceitos do antropocentrismo e do especismo. Os ecocêntricos dirão que é muito boa essa preocupação com a alimentação dos animais. E que não há dilemas morais, pois na natureza existe a relação predador/presa. Sim. NA NATUREZA. Mas, novamente a pergunta que se deve fazer é: Não existir animais enjaulados não seria infinitamente melhor?
Outro fenômeno que ocorre na maioria dos zoológicos e, confesso, para mim é novidade: a distinção entre “animais em exposição” e “animais excedentes”. Os animais em exposição (no contexto, como se fossem agora, peças de uma galeria de arte) são aqueles que o público enxerga. Aliás, a maioria deles é recolhida à noite, gerando mais estresse. Os “animais em exposição” ficam nas partes divulgáveis do zoo.
Nas áreas que estão longe dos olhos do público, existem pequenas jaulas com os “animais excedentes”, ou seja, os que sobraram da reprodução em cativeiro, ou de trocas com outros zoológicos. Ou até mesmo os animais doentes ou que desenvolveram a (novamente ela) neurose de cativeiro. Claro que não é conveniente que o público tenha contato com comportamentos como automutilações, coprofagia, canibalismo e outros desenvolvidos em animais privados de sua liberdade. A visão desses comportamentos pode começar a atenuar a “cegueira conveniente” do grande público. Não é recomendável.
Nessas áreas, até são permitidas visitas técnicas. Mas são terminantemente proibidas fotos e filmagens, por razões óbvias aos olhos da ética biocêntrica. Uma das monitoras, quando questionada sobre o porquê de as fotos serem proibidas, disse não saber. Fiquei me questionando se a resposta foi estratégica, se foi repetida como mantra, se ela simplesmente não se importa, ou se a cegueira a acomete também. Nas áreas dos “animais excedentes”, foi possível observar em vários zoológicos que o espaço em que os animais estão confinados é bem menor que o dos animais “em exposição”. Logo nos perguntamos: o que dizer da preocupação com o “bem-estar animal”, ou com “enriquecimento ambiental” para os animais dessas áreas? Também não obtive respostas convincentes. Só evasivas. Não insisti mais porque as respostas ficaram óbvias demais.
Na esteira dos zoológicos, seguem aquários, serpentários, oceanários, circos, projetos de “preservação” etc. que, pela tradição antropocêntrica, possuem um propósito educativo “inquestionável”. Mas basta um breve passeio, com esse olhar biocêntrico, diferente do que nos foi imposto a acreditar a vida toda, para que o apelo silencioso e profundo de cada animal se faça presente e toque fundo nossa alma toda vez que visitarmos um zoológico ou algo semelhante. Essas mudanças de perspectiva, segundo Arthur Conan Doyle, equivalem a uma conversão religiosa: nada mais será visto da mesma maneira que era antes.
Mesmo com todas essas “justificativas”, que sob minha perspectiva não passam de falácias, ainda acredito que o “simples” fato de um animal ter sua liberdade restringida, impedida, sequestrada para a concepção medieval de satisfazer as curiosidades e prazeres humanos, é a base do meu repúdio a esse tipo de exploração, sem mais considerações.
Mas a esperança se renovou quando vi a reação da maioria dos meus alunos, acadêmicos de Licenciatura em Ciências Biológicas, durante a visita. Quando ouvi, em cada comentário, a indignação, a revolta e a preocupação de fazer uma abordagem ambiental realmente crítica na escola. Quando vi em cada rosto a angústia pelos animais e a cegueira se dissipando, pensei: é um trabalho que vale a pena. Pois não deixo de mencionar em minhas aulas a importância de se olhar o outro lado. Por isso acredito na chamada Educação Ambiental Biocêntrica. E libertária. Com as pessoas livres para optar pelo modelo de ética que pautará sua passagem pela Terra. E essa escolhameus alunos fizeram por si. Não foi imposta. Em sua formatura, não farão de seu juramento outra falácia:
“Juro, pela minha fé e pela minha honra e de acordo com os princípios éticos do biólogo, exercer as minhas atividades profissionais com honestidade, em defesa da vida, estimulando o desenvolvimento científico, tecnológico e humanístico com justiça e paz”. (enunciado regulamentado pelo Conselho Federal de Biologia – Decreto nº 88.438, de 28 de junho de 1983). “Defesa da vida” e “justiça e paz”, entende-se, para todas as espécies.
Enquanto houver zoológicos, aquários, serpentários do tipo “vitrine”, espero que existam educadores como meus alunos (que ainda não se formaram, mas já são biólogos de coração), capazes de fazerem com seus alunos excursões a esses verdadeiros infernos (para os animais), capazes de realizar essas visitas com vistas à ação.  Capazes de conduzir uma discussão sob outra ótica, sob outra ética.




segunda-feira, 19 de maio de 2014

Apesar da boa intenção, campanha coloca em risco cães e gatos no Paraná



Imagens retiradas do site da Campanha Cãoiçara mostram a utilização de abraçadeiras utilizadas para identificação
Nos últimos dias vem chamando nossa atenção uma denúncia de que estão sendo utilizadas abraçadeiras de nylon Hellermann (nome comercial do famoso lacre também conhecido por outro nome que não vamos citar por motivos óbvios) em uma  página do facebook chamada Contra Criação de Fundo de Quintal.

Kit utilizado na identificação de cães e gatos na campanha Cãoiçara/PR
Várias postagens da página que citamos, alertam para o fato de que uma grande campanha, (nada contra isto muito pelo contrário, já que temos consciência da falta de ações deste tipo no nosso país) idealizada e promovida por Elaine Laufer,  responsável pelo site de Cinofilia  Delta Dog, estaria colocando em risco o bem estar e mesmo a vida de muitos animais ao utilizar o recurso destas abraçadeiras já citadas para pendurar um QR Code onde se presume devem constar os dados dos animais cadastrados para serem beneficiados pela ação.
Este é o link da campanha chamada de Cãoiçara http://goo.gl/qbXGEZ
mentora e Idelizadora do Projeto Cãoiçara  Elaine Laufer - See more at: http://deltadogkennel.com.br/servicos/caoicara/#sthash.bfN6PhwL.dpuf
Cinofilia Delta Dog KennelDelta Dog  com apoio de várias entidades ligadas a cinofília, incluindo a Sobraci, tem como proposta vacinar, desvermifugar e fazer consultas clínicas, além de indicar tratamentos para doenças ocasionais, e posteriormente castrar animais da população de várias ilhas do Paraná.  http://deltadogkennel.com.br/servicos/caoicara/
Por enquanto não há indícios de onde estão sendo registrado este cadastro, já que todos os QRs Code apenas remetem ao site de cinofilia citado acima, então fica difícil entender os motivos da utilização dos mesmos.
Em um debate onde a maioria pede para que a coordenadora  da campanha, Elaine Laufer volte atrás e admita que errou, e procure corrigir este equívoco o mais rápido possível não houve demonstrações de que estaria disposta a isso  http://goo.gl/gehgVY

Algumas observações importantes em relação ao recurso das abraçadeiras:
-não são flexíveis
-no caso de filhotes poderão enforcá-los quando crescerem caso não sejam retiradas pelos  proprietários
-em se tratando de gatos, estes poderão se enforcar caso se enrosquem em algo já que coleiras de felinos  devem abrir, ou serem elásticas, caso venham se enganchem em algo
-nem todo gato aceita o uso de coleiras e quando tentam se livrar podem enganchar o maxilar inferior ou mesmo uma pata
-em animais de rua o ideal é a microchipagem ou na pior das hipóteses o uso da tatuagem (requer sedação)
-deve se levar em conta que o material não é atóxico e que também poderá ocasionar cortes por ser pouco maleável
-o lacre não é regulável, ele apenas apertará mais e mais o pescoço dos cães e gatos
-coloca os animais em situação de vulnerabilidade caso sejam pegos por alguém que queira maltratá-los ou matá-los enforcados
-ninguém irá conseguir capturar a imagem de um QR Code no pescoço de um gato ou cachorro feral (arisco) já que para isso teria que chegar próximo para fazer a captura do código pelo celular, por este motivo existe a marcação de orelha já citada acima no texto. 
Saibam mais sobre a técnica. O banner é da Ong Felinos Urbanos que vem se especializando no assunto relacionado a controle de colônias de gatos.


Nota:  Há anos todos sabem que a microchipagem é utilizada para promover a identificação dos animais beneficiados pelas campanhas de castração gratuítas ou não. No caso de animais de rua, não domiciliados existe ainda a marcação internacional que consiste em um pequeno corte de ponta de orelha que possibilita a visualização mesmo a distancia de que aquele animal já está castrado e não precisa ser capturado novamente. Este é um protocolo utilizado na técnica do CED (captura, esterilização e devolução).






sexta-feira, 16 de maio de 2014

Jacú Pessego - Repressão ao comércio ilegal de filhotes continua ineficaz!!!

 



Basta a policia se retirar e os vendedores ilegais retomam as calçadas da Jacú Pessego
No dia 18 de março/2014 pela primeira vez pudemos anunciar aqui no blog que finalmente o comércio ilegal de filhotes na Av. Jacú Pessego estava sendo reprimido pra valer http://goo.gl/ol4QVI
Após uma matéria da Record http://goo.gl/Rdmutu comprovando o esquema escandaloso, que logicamente todos já sabiam que acontecia há muitos anos, para que os criadores ilegais continuassem a atuar impunemente na região de Itaquera, começava se a ver a luz no fim do túnel.
Com as ações que as autoridades da Subprefeitura de Itaquera finalmente acenavam,  talvez pudéssemos  ver o fim do comércio ilegal que vive as custas dos inocentes e indefesos filhotes na região,  e que na maioria das vezes são vendidos para morrer após alguns dias de alguma doença, pois são fruto de criadores de fundo de quintal onde não existe o menor critério para procriação. Porém o que temos visto por lá não está sendo suficiente para acabar de vez com este comércio cruel e que há anos já devia ter sido eliminado da cidade de SP.
Embora esteja havendo repressão nos fins de semana, basta que a policia vire as costas para que os vendedores ilegais se posicionem nas calçadas ou mesmo fiquem com filhotes dentro de bolsas, sacolas, ou escondidos dentro das roupas oferecendo para quem se interessar.
Até mesmo dentro do estacionamento do Aquário de Itaquera, que é uma área particular são vistos atuando impunemente, com os filhotes em evidente situação de maus tratos,  sem que nenhuma autoridade tome providencias para impedir que atuem ou  aplique multas no proprietário do local.
E o mais grave de tudo:  funcionários da subprefeitura de Itaquera tem sido vistos no local,  mas por algum motivo nada fazem contra os comerciantes ilegais.

Comerciantes ilegais de filhotes atuando em área particular sem nenhuma repressão

VAMOS DEMONSTRAR QUE QUEREMOS O FIM DO COMÉRCIO ILEGAL NA JACÚ PESSEGO? 
VEJAM COMO NOS AJUDAR
 
JOSÉ CARLOS MEDEIROS DA SILVA É O SUBPREFEITO EM EXERCÍCIO DE ITAQUERA. COMPETE A ELE DETERMINAR AS AÇÕES PARA REPRIMIR O COMÉRCIO ILEGAL DE FILHOTES EM SUA REGIÃO. 
jcarlosmedeiros@prefeitura.sp.gov.br

DRA ROSANE CORREA  DE OLIVEIRA É A GERENTE DO CCZ/SP O ÓRGÃO QUE  É RESPONSÁVEL PELA OPERAÇÃO DE APREENSÃO DE FILHOTES, NO CASO DE LOCAL PÚBLICO ONDE A LEI ESTEJA SENDO DESRESPEITADA
rosanecoliveira@prefeitura.sp.gov.br

O AUTOR DA LEI 14483/07 É O VEREADOR ROBERTO TRIPOLI. PEÇAM A ELE QUE NOS AJUDE PARA QUE PRESSIONE AS AUTORIDADES RESPONSÁVEIS PELO CUMPRIMENTO DA LEI 14483/07
contato@robertotripoli.com.br

Para quem  precisa denunciar o comércio de filhotes em locais públicos ou pet shops, da cidade de SP,  que estejam vendendo em descumprimento com a  lei 14483/07 segue o link:
http://goo.gl/pd5NU2