Anclivepa-SP
quer formar
um Conselho de ONGs para atuar no hospital público veterinário
O
presidente da
Anclivepa-SP, médico veterinário Ricardo Coutinho do Amaral,
pretende formar um Conselho de ONGs para atuar no 1º Hospital
Público Veterinário de Cães e Gatos, implantado em São Paulo, a
partir de convênio da Prefeitura com esta entidade de médicos
veterinários, avanço possibilitado por emenda ao orçamento
municipal feita pelo vereador Roberto Tripoi (PV/SP).
Esse
conselho havia sido sugerido pelo vereador Tripoli à Anclivepa,
quando o hospital estava em fase de concretização. Agora, a idéia
foi encampada pelo Dr. Coutinho, que acha importante algumas questões
serem delineadas com a participação do movimento de proteção
animal, inclusive o melhor formato para o atendimento de animais
salvos do abandono por protetores independentes e ONGs que mantêm
abrigos.
Além
disso, esse conselho e a direção
do hospital poderão analisar casos de pessoas que passam por
situações de privação financeira e que ainda não tem ainda
acesso a programas públicos, como o bolsa família, mas que possuem
animais necessitando de atendimento.
Em
carta divulgada recentemente pela Anclivepa-SP, Ricardo Coutinho
detalhou alguns critérios visando priorizar, no atendimento do
hospital, animais pertencentes a pessoas carentes. E alguns
protetores sentiram-se excluídos. “Vamos convidar as ONGs para
formar um conselho para que possamos aprimorar a normatização do
atendimento aos animais de protetores
independentes”, afirma Coutinho.
O
médico veterinário frisa que conforme já afirmou na carta que está
publicada no site da Anclivepa-SP, “a entidade está aberta a
sugestões de toda a população, inclusive dos protetores”. Ele
observa que o hospital é pioneiro, nunca houve no Brasil uma
experiência como esta e, até por isso, tudo está começando do
zero, inclusive a elaboração de normas de acesso ao serviços do
hospital.
O
presidente da Anclivepa insiste: “nosso interesse, nosso foco é
tirar o animal da dor e do sofrimento, daí a necessidade de
priorizar o atendimento de cães e gatos que, sem o hospital publico,
não teriam qualquer socorro”. Coutinho lembra ainda que obviamente
o hospital tem limites para o atendimento, inclusive limites em sua
estrutura física, e por isso a “necessidade de priorizar os
carentes, sempre evitando cometer qualquer injustiça”.
Nesse
sentido, Ricardo Coutinho garante que
o hospital não está fechado aos protetores de animais. “Só
precisamos normatizar esse atendimento e, para isso, esperamos contar
com as ONGs”, reitera. O presidente da Anclivepa-SP resume seu
posicionamento afirmando; “não queremos cometer injustiça com os
animais, com os protetores, com as pessoas, e nem com nossos colegas
médicos veterinários. O hospital veterinário público está sendo
pensado para beneficiar todos, de forma direta ou indireta e não
para prejudicar”.
Coutinho
lembra que muitos médicos veterinários se esforçam tremendamente
para atender cães e gatos salvos por protetores, inclusive
sacrificando-se financeiramente. “Esses são animais que antes não
tinham outra possibilidade de socorro e agora terão”, observa.
Ricardo Coutinho frisa que o bem-estar animal e o amparo dos
proprietários carentes foram itens prioritários nessa luta do
vereador Roberto Tripoli (PV-SP), na decisão da Anclivepa-SP de
assumir o hospital quando convidada pela Prefeitura, e na iniciativa
do próprio Governo municipal.
“Todos
ousaram”
– garante Coutinho. “Não temos modelo para copiar, estamos
desbravando um novo horizonte para os animais, para a sociedade, para
o movimento de proteção animal, para os próprios médicos
veterinários”, frisa o presidente da Anclivepa-SP, esperando que o
modelo seja copiado pelo Brasil inteiro.
Ricardo
Coutinho
conta ainda que há 30 anos atende animais em sua clínica,
localizada em um bairro periférico, e que perdeu a conta das vezes
em que escutou pessoas dizerem “precisamos de um INSS ou de um SUS
veterinário”. Ainda segundo o médico veterinário, “essa
realidade conhecemos bem, e ajudar o maior número de animais
carentes, abrindo um novo caminho também para a medicina
veterinária, foram questões que pesaram no momento em que a
Anclivepa-SP decidiu, com toda sua diretoria, assumir esse projeto
pioneiro e, com certeza, muito ousado, surgido no seio da proteção
animal e abraçado pelo vereador Tripoli”.
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