quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Uma gateira de Primeira - Isabel Carballo



Hoje resolvi prestar uma homenagem para uma gateira que mora no nosso coração e que esta aniversariando.
A pequena grande mulher aí da foto, cercada por esses dois fofos, a Mel e o Said (pra mim Floquinho)  é uma "anja" argentina chamada Isabel Carballo. Sinto dizer aos nossos vizinhos de fronteira, mas que sorte tivemos de te-la por aqui, mais especificamente em SP.
Nos conhecemos há alguns anos, por indicação de uma outra gateira quando eu ainda nem mesmo sabia direito como era esse lance de proteção animal, e estava apenas querendo ajudar alguns bichinhos.
Estávamos ambas começando e nem de longe poderiamos imaginar que após tantos anos ainda estariamos aqui na luta.
O trabalho realizado pela Isabel e outras gateiras de sua região, é de dar orgulho e faz a gente acreditar que realmente vale a pena fazer parte desta causa. Quando se conhecem pessoas com este nível de dedicação, amor, lucidez e equilibrio é de encher nossa alma dizer que estamos nessa e podemos contar com pessoas como ela e seu pequeno grupo.
Durante anos ela e algumas outras outras gateiras vem atuando na captura de gatos das praças e jardins, as chamadas colonias, para poder castrar, doar ou devolver às ruas aqueles que não tem condições de serem doados por serem ferais (ariscos). De centenas de gatos parindo sem parar, no entorno de suas casas hoje restam apenas algumas dezenas, com controle total da população de gatos abandonados. 
Pode parecer tudo muito fácil, quando se ouve falar ou se lê sobre isto, mas mesmo para quem conhece a problemática que envolve este trabalho, fica a certeza de que de fato é tudo muito dificil.   Muito mais que controlar zoonoses, cuidar de bichinhos que chegam atropelados, queimados, mutilados, há que se  lidar diretamente com animais ariscos e que não aceitam ser manejados e ainda financiar de seu próprio bolso os custos para toda essa operação. Contabilizando também a falta de apoio do poder público, de estrutura fisíca para poder isolar, sociabilizar, tratar e castrar estes animais e ainda dispobiliza-los para adoção.
A história dessa nossa gateira guerreira merece um livro, quem sabe um filme?
Horas de carinho, amor, dedicação, lágrimas, alegrias, pequenos desapegos e grandes batalhas.
E além disso tudo, ainda consegue realizar seu trabalho e ser uma excelente profissional na área de editoração gráfica.

Quando chamada para atuar e se posicionar politicamente também não foge à luta. Já foi há várias manifestações e é brava como costumam ser minhas amigas.

                                                  Gateiras unidas jamais serão vencidas. 
                                  Foto na av Paulista na manifestação Crueldade Nunca Mais.


Mesmo quando está sobrecarregada, sempre que pode ainda ajuda outros protetores quando abre alguma vaga em sua tão concorrida vida de protetora. Sempre se fez presente com meus resgatadinhos e de outras gateiras de sua confiança. E isso não tem preço!!!



Alguns destes casos são  histórias lindas com finais felizes e até engraçadas, como a deste gatinho preto aí que chamamos de Zelinho, na foto com a Mel uma das babás caninas da casa.
Acordamos com um amigo ligando desesperado porque tinhamos que ir resgatar um gato terrívelmente bravo, que ficava de pé contra a parede, e que não parava da uivar para o seu beagle. E quando chegamos lá era essa criaturinha aí que adorava ficar no meio dos cães da Isabel e foi doado para uma pessoa que tinha uma boxer, que volta e meia me ligava para contar que ele a usava de colchão, e que só dormia em cima dela. 


Ou então a história da Lady Gaga, uma filhotinha que de dia ficava entre as covas do cemitério São Paulo e durane a noite dormia no bueiro. Se escondia lá quando o guardador de carros (o nome foi ele quem deu a ela e pediu que não mudasse)  que estava cuidando dela ia embora. Ele me pediu ajuda, foi resgatada, ficou uns tempos na Isabel, depois foi para outra cidade onde ficou no gatil de uma amiga porque era bravinha, e aí um professor se apaixonou por ela e a adotou. O engraçado da história? é que a casa dele ficava no mesmo bairro de onde a resgatamos, aliás muito próxima. 
E o que ele adora nela? é porque é bravinha!!!

Uma divída eterna que tenho com nossa gateira querida? 
Além do fato dela já ter ajudado centenas de gatinhos, e ter me acudido em vários casos, ainda teve participação fundamental quando resgatei a Luiza. Um dos presentes mais queridos que Deus podia me dar nesta vida. 

 

Estavamos morando no mesmo bairro e eis que eu me apaixonei perdidamente observando essa gata 
do alto do 16°andar. Logo de inicio percebi que ela não era uma gata de rua. Fiquei sabendo 
que a sua mãezinha havia ido para um asilo e a dona de uma loja concordou em cuidar dela em troca da doação de seus móveis, porém a gata não sabia se virar e acabou ficando dias presa sem água e comida em um porão. Eu estava de mudança para outro apartamento e advinha onde ficou a Luiza? hospedada na madrinha Isabel. 
                                       

Coincidencia ou não. Foi no bairro que vive esta mulher chamada Isabel Carballo, que me encanta, me orgulha e me faz acreditar que é possível sim, fazer um trabalho bonito e correto pelos animais, que resgatei e adotei uma gata com dois corações há exatos dois anos, exatamente no dia do aniversário de nossa mais querida Gateira. 





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