Era domingo e normalmente nestes dias preferimos não saber de nada muito pesado, talvez até para podermos nos poupar um pouco do stress a que somos submetidos durante a semana....natural isso e por muitas vezes, uma questão de sobrevivencia.
Porém o domingo último, dia 09 nos reservava notícias que aos poucos foram chegando pelas mídias sociais e nos deixando com aquela sensação de soco no estômago, caracteristíca de algo que não vamos conseguir digerir com facilidade.....
Um filhote de girafa de nome Marius, com apenas 18 meses de vida saudável tinha sido abatido com um tiro de pistola na nuca, quando se abaixou distraidamente para comer uma fatia de pão de centeio, no Zoo de Copenhagen. Era seu alimento preferido.
O motivo de sua morte? era fruto de um acasalamento consanguíneo e não poderia ser utilizado para procriação. Tratado como um produto a ser descartado não foi permitido a Marius ter chance de continuar vivo em outro zoológico. Segundo o diretor científico do zoo, Beng Holst, ele foi considerado de menor valor genético e por este motivo não havia sentido em salvá-lo, apesar da luta dos ativistas defensores dos animais de várias partes do mundo terem se mobilizado. Em entrevista à BBC, ele afirmou que é uma prática responsável para zoológicos gerenciar as populações de animais e garantir que eles continuem saudáveis.
Segundo Beng Holst, entre 20 e 30 animais são sacrificados por ano no zoológico de Copenhague.
Por algum motivo que não conseguimos entender ainda, as duas principais associações dinamarquesas de defesa dos animais, Dyrenes Beskyttelse e Anima, ignoraram a campanha a favor do filhote de girafa, que recolheu milhares de assinaturas na internet.
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Diversos ativistas se concentraram no domingo em frente ao zoológico em protesto contra o sacrifício da girafa |
Na sequencia do espetáculo macabro, fomos tomados por uma avalanche de protestos de ongs e entidades internacionais que se posicionaram contra o ocorrido, naturalmente, e para nosso espanto os dinamarqueses se surpreenderam também com a indignação mundial sobre o que para eles é um acontecimento corriqueiro.
Vejam: http://noticias.r7.com/internacional/dinamarqueses-respondem-as-criticas-por-morte-da-girafa-marius-11022014
Algumas frases pinçadas da matéria do R7.
"O mundo está louco. Vocês acham que os leões comem repolhos?", perguntou o jornalista Kristian Madsen, do jornal Politiken.
"Marius viveu em um bom lugar por um ano e meio. Viveu, e agora os leões estão contentes e saciados", afirmou Mikkel Dahlqvist, consultor de Relações Públicas.
"Como as pessoas reclamam disso enquanto existe o câncer, a guerra na Síria e o Partido Popular (de extrema-direita, anti-imigrantes)?", disse Dorte Dejbjerg Arens, que trabalha no setor de turismo do zoológico.
E para nós os "hipócritas" que amam os animais restam as seguintes questões:
- porque permitiram o cruzamento de animais consanguíneos?
- quando os zoos não castram ou dão anticoncepcionais aos animais defendendo o investimento na sobrevivência das espécies, não deveriam ter mais responsabilidade com a procriação destes animais?
- porque não permitiram a transferência de Marius para outro zoológico se já existia a possibilidade batalhada pelos defensores dos animais envolvidos no ativismo para salvá-lo?
- porque o animal foi abatido de forma cruel com um tiro de pistola na nuca e após isso foi retalhado em público?
- qual o objetivo de um espetáculo como o que foi apresentado? nos chocar?
- que crianças serão essas que estão sendo induzidas a encarar a morte de um animal com essa frieza toda?
- se os técnicos e veterinários responsáveis pelos zoológicos alegam que eles existem para mostrar às crianças a importância dos animais no planeta, então qual o sentido deles serem tratados apenas como um objeto ou produto?
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