De uns tempos para cá temos tomado grandes sustos com algumas práticas adotadas pelos zoológicos ao redor do mundo. No ano passado quase morremos de tristeza e indignação quando uma girafinha foi eutanasiada, e depois esquartejada para uma platéia de crianças na Dinamarca. Na época fizemos duas postagens aqui no blog. Nesta o relato dos atos que causaram nossa indignaçãohttp://goo.gl/BoUuFz.
E nessa outra duas lindas homenagens para a girafinha Marius http://goo.gl/xG6KJq.
Porém recentemente fomos novamente atropelados pela notícia de que um zoológico na Suíça sacrificou um filhote de urso saudável e decidiu expor o animal empalhado em uma mostra educativa. Conhecido apenas como "filhote quatro", o animal foi sacrificado em 7 de abril. O zoológico Dählhölzli, na capital Berna, tomou essa decisão por temer que ele tivesse o mesmo fim de seu irmão de onze semanas, que foi morto pelo pai, Misha. Mas críticos argumentam que o zoológico deveria ter isolado o pai em outra jaula, o que bastaria para salvar o filhote quatro (dar um número a um bichinho já demonstra como são vistos estes animais pelos responsáveis por esses centros de confinamento).
Na semana passada, o zoológico anunciou que o corpo do filhote, que estava congelado desde abril, será submetido a um processo de taxidermia (preparação de animais para exibição ou estudo). A pele do animal foi retirada e tratada e será exibida para ajudar visitantes e grupos escolares a aprender mais sobre os ursos. "Nós queremos mostrar às crianças que a natureza pode ser muito cruel. Acreditamos que esse urso ainda tenha uma função depois de sua morte, e isso vai ajudar as pessoas a conhecerem melhor a natureza", disse um representante do zoológico ao jornal suíço The Local.
Qual é o valor educacional de uma atitude dessas? eutanasiar um filhote saudável para expo-lo empalhado é algo que irá acrescentar valores importantes para uma criança? isso desenvolverá jovens e adultos sensíveis para com a natureza? sinceramente acho que algo está muito errado com os responsáveis pelos zoológicos.
Para não ficarmos apenas na opinião daqueles que defendem os animais, e que por vezes podem ser vistos como xiitas fora da realidade, achamos por bem destacar um trecho de uma matéria do jornal Folha de São Paulo com o título Leis dos Zoos, do dia 29/06/2014, escrita pelo bacharel em filosofia Hélio Schwartsman, onde ele questiona a atitude do zoológico de que há necessidade das crianças aprenderem que a natureza é cruel.
"Esse discurso não me convence pela simples razão de que a existência de um jardim zoológico já é uma negação da tal de ordem natural, pela qual alguns grupos nutrem reverência quase religiosa. E, se já estamos indo contra a natureza, podemos muito bem nos dar ao luxo de decidir se queremos aplicar a lei da selva ou algum outro princípio que nos pareça mais satisfatório. De minha parte, optaria por uma lógica consequencialista: manter Filhote 4 vivo faria mais crianças felizes, sem mencionar, é claro, o próprio animal.
Não tenho dúvidas de que a natureza pode ser cruel. O ponto central, contudo, é que nós, seres humanos, não precisamos sê-lo. Da agricultura às leis positivas, uma boa descrição da epopeia humana são nossas constantes tentativas de livrar-nos do jugo da natureza. Em várias delas tivemos êxito, em outras, nem tanto. "
Nota:
A vida é energia, e a energia não pode ser criada nem destruída. A vida é uma transição, uma ligação entre a senciência do passado e senciência do futuro. Todas as coisas vivas sobre a Terra fazem parte da Terra, sempre fizeram e sempre farão, porque, em verdade, tudo o que está vivo sobre a terra é a própria Terra. Tudo é um. Somos a Terra e somos indivisíveis de nós mesmos. Toda a vida é interdependente.
Capitão Paul Watson
trecho do livro O guerreiro da terra.
Não bastasse arrastar animais selvagens de seu habitat contra a sua vontade, limitar sua liberdade em poucos metros quadrados de angústia e dor para que visitantes domingueiros apreciem sua tristeza ao vivo e a cores, humanos sem humanidade ainda deliberam sobre seu tempo de validade porque os consideram simples objetos de comércio e mercado, catalogados e numerados para uso, desuso ou descarte, como se o Criador deles não estivesse vendo tudo isso a fim de pedir contas aos responsáveis.
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