terça-feira, 1 de julho de 2014

Filhote n°4. Um ursinho que não merecia viver.





De uns tempos para cá temos tomado grandes sustos com algumas práticas adotadas pelos zoológicos ao redor do mundo. No ano passado quase morremos de tristeza e indignação quando uma girafinha foi eutanasiada, e depois esquartejada para uma platéia de crianças na Dinamarca. Na época fizemos duas postagens aqui no blog. Nesta o relato dos atos que causaram nossa indignaçãohttp://goo.gl/BoUuFz.
E nessa outra duas lindas homenagens para a girafinha Marius  http://goo.gl/xG6KJq.
Porém recentemente fomos novamente atropelados pela notícia de que um zoológico na Suíça sacrificou um filhote de urso saudável e decidiu expor o animal empalhado em uma mostra educativa. Conhecido apenas como "filhote quatro", o animal foi sacrificado em 7 de abril. O zoológico Dählhölzli, na capital Berna, tomou essa decisão por temer que ele tivesse o mesmo fim de seu irmão de onze semanas, que foi morto pelo pai, Misha. Mas críticos argumentam que o zoológico deveria ter isolado o pai em outra jaula, o que bastaria para salvar o filhote quatro (dar um número a um bichinho já demonstra como são vistos estes animais pelos responsáveis por esses centros de confinamento).
Na semana passada, o zoológico anunciou que o corpo do filhote, que estava congelado desde abril, será submetido a um processo de taxidermia (preparação de animais para exibição ou estudo). A pele do animal foi retirada e tratada e será exibida para ajudar visitantes e grupos escolares a aprender mais sobre os ursos. "Nós queremos mostrar às crianças que a natureza pode ser muito cruel. Acreditamos que esse urso ainda tenha uma função depois de sua morte, e isso vai ajudar as pessoas a conhecerem melhor a natureza", disse um representante do zoológico ao jornal suíço The Local.
Qual é o valor educacional de uma atitude dessas? eutanasiar um filhote saudável para expo-lo empalhado é algo que irá acrescentar valores importantes para uma criança? isso desenvolverá jovens e adultos sensíveis para com a natureza? sinceramente acho que algo está muito errado com os responsáveis pelos zoológicos. 

Para não ficarmos apenas na opinião daqueles que defendem os animais, e que por vezes podem ser vistos como xiitas fora da realidade, achamos por bem destacar um trecho de uma matéria do jornal Folha de São Paulo com o título Leis dos Zoos, do dia 29/06/2014, escrita pelo bacharel em filosofia Hélio Schwartsman, onde ele questiona a atitude do zoológico de que há necessidade das crianças aprenderem que a natureza é cruel.
   
"Esse discurso não me convence pela simples razão de que a existência de um jardim zoológico já é uma negação da tal de ordem natural, pela qual alguns grupos nutrem reverência quase religiosa. E, se já estamos indo contra a natureza, podemos muito bem nos dar ao luxo de decidir se queremos aplicar a lei da selva ou algum outro princípio que nos pareça mais satisfatório. De minha parte, optaria por uma lógica consequencialista: manter Filhote 4 vivo faria mais crianças felizes, sem mencionar, é claro, o próprio animal.
Não tenho dúvidas de que a natureza pode ser cruel. O ponto central, contudo, é que nós, seres humanos, não precisamos sê-lo. Da agricultura às leis positivas, uma boa descrição da epopeia humana são nossas constantes tentativas de livrar-nos do jugo da natureza. Em várias delas tivemos êxito, em outras, nem tanto. "

Nota:
A vida é energia, e a energia não pode ser criada nem destruída.  A vida é uma transição, uma ligação entre a senciência do passado e senciência do futuro. Todas as coisas vivas sobre a Terra fazem parte da Terra, sempre fizeram e sempre farão, porque, em verdade, tudo o que está vivo sobre a terra é a própria Terra. Tudo é um. Somos a Terra e somos indivisíveis de nós mesmos. Toda a vida é interdependente.

Capitão Paul Watson
trecho do livro O guerreiro da terra.
















Um comentário:

  1. Não bastasse arrastar animais selvagens de seu habitat contra a sua vontade, limitar sua liberdade em poucos metros quadrados de angústia e dor para que visitantes domingueiros apreciem sua tristeza ao vivo e a cores, humanos sem humanidade ainda deliberam sobre seu tempo de validade porque os consideram simples objetos de comércio e mercado, catalogados e numerados para uso, desuso ou descarte, como se o Criador deles não estivesse vendo tudo isso a fim de pedir contas aos responsáveis.

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