Dalva com uma provável futura vitima que lhe entregaram |
Estamos comemorando
hoje uma das mais importantes conquistas na causa de defesa animal do
Brasil. Um grupo de protetores e ativistas conseguiu levar a
condenação uma criminosa que se passava por protetora que maltratou
e matou milhares de animais durante anos e anos na cidade de São
Paulo.
Abrindo um importante
precedente para que outros casos onde venham ocorrer a morte ou maus
tratos de animais no Brasil, finalmente o monstro da Aclimação
como é chamada a serial killer de animais, Dalva Lina da Silva, foi
condenada a 12 anos de prisão pela morte de 37 animais encontrados
no lixo por um detetive particular em 2012.
Também estamos muito
orgulhosos de saber que parte da ação que levou a justiça paulista
a condenar essa criminosa sádica partiu de um grupo de protetores independentes. Estamos igualmente felizes por saber que existem
juízes sensíveis aos crimes cometidos contra os animais neste país.
A pena inédita e exemplar foi determinada pela juíza Patrícia
Álvares Cruz a nova vara criminal do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo.
Mas vamos contar um
pouco de como tudo começou e porque o grupo que se uniu para
levantar o dinheiro para pagar o detetive preferiu ser discreto e
deixar apenas a Ong Adote um Gatinho a frente da ação.
A história da Dalva já
vinha se arrastando por anos sem que ninguém da proteção se
interessasse em desvendar o mistério que envolvia aquela casa. Muito
pelo contrário, era muito comodo entregar centenas de gatos sem ter
que se preocupar com o que seria feito deles essa é a triste verdade
por trás de toda a crueldade praticada.
Apesar de que há uns 3
anos antes do flagrante na casa da Dalva ser feito pelo detetive, a
Ong Adote um Gatinho já haver divulgado em um e-mail que havia algo errado com a
tal criatura, ninguém deu muita importância e continuou a entregar
animais para ela.
Ninguém conseguia
acesso ao tal abrigo que ela dizia possuir, ninguém jamais procurava
saber o que era feito das centenas de gatos que eram entregues a ela
diariamente. Enfim vestígios que iam sendo observados e que
levantavam várias questões não tinham resposta.
Vista de parte do cenário da casa da Dalva |
Apenas de uma colônia
de gatos que havia na Santa Casa foram
entregues mais de 150, de um bairro da zona norte chamado Cachoeirinha centenas e mais centenas, do Conjunto dos Bancários segundo consta cerca de 80. Animais indefesos que devem ter tido o mesmo
destino dos 37 encontrados no lixo e infelizmente um local onde se
aceite essa quantidade de bichos já deveria levantar sérias
suspeitas. Quem os “encaminhou” não era inexperiente e
jamais deveria tê-los entregue para a criminosa. Até mesmo Ongs famosas indicavam a Dalva para encaminhamento de animais...um fato lamentável este!!!
Taxidogs também
entregavam dezenas ou até mesmo centenas de gatos para essa mulher
sem que nenhum protetor procurasse investigar o destino dos pobres
indefesos.
E aí fica a pergunta: Que proteção animal é
essa gente?
Uma das cenas mais chocantes do caso Dalva |
E por tudo isso foi que o grupo de protetores e ativistas resolveu que era chegada a hora de fazer
algo e assim formaram um grupo
que bancaria o valor cobrado pelo detetive indicado por uma policial.
Porém os protetores
envolvidos não conseguiriam bancar todo o valor e foi então que se
decidiu entrar em contato com a Ong Adote um Gatinho, que se comprometeu a pagar a
outra metade do valor estipulado pelo detetive.
Além do que, era
importante que uma entidade constituída fizesse parte da ação. Em
contato com o dr Rodrigo, advogado da Ong firmou se a
posição sobre o anonimato.
Havia também outro
problema que era o fato de que alguns protetores morarem muito
próximo ao bairro da criminosa e temiam por sua segurança e
por este motivo foi decidido que não seriam citados.
Durante algumas semanas
o detetive fez campana em frente a casa da Dalva e investigou e quando
encontrou os cadáveres dos 37 animais acionou a polícia.
Embora para nós ele
tenha sido um pouco prematuro enfim o flagrante havia sido feito e o
restante da história a mídia divulgou exaustivamente.
Mas como nada é
perfeito no dia seguinte ao flagrante eis que os cadáveres
continuavam na calçada e poderia se perder todas as provas porque a
policia não tinha disponibilidade no momento de executar a perícia.
O grupo foi orientado a
pedir ajuda ao deputado Ricardo Tripoli, que através de sua
assessoria jurídica entrou em contato com o dr. Paulo Maiorka perito e especialista em Patologia Animal da USP para
receber os cadáveres dos animais. Sem essa providencia as provas
teriam se perdido e hoje não poderíamos estar comemorando essa
condenação inédita aqui no Brasil.
Este caso tem servido
inclusive de exemplo, sendo citado pela dra Fernanda Salvigni/USP em um seminário ocorrido no ano passado na própria instituição sobre a importância da pericia em casos de crimes contra animais.
Por ter
características muito próprias fica a certeza de que agora com a conclusão
poderá ser citado como um fator de sucesso nessa condenação.
Temos que agradecer a todos os peritos envolvidos, incluindo a dra Heidi
Ponge que orientou o grupo sobre como proceder após o flagrante quando procurada.
Apesar de alguns
protetores terem tentado corrigir o erro de ter entregue animais para a
Dalva e terem inclusive se oferecido para depor nem todos foram ouvidos no
inquérito infelizmente porque poderíamos ter mais provas contra a
criminosa.
Nenhum dos protetores e
ativistas que fez parte deste grupo participou do protesto que
depredou a casa da Dalva após ela ser desmascarada.
No restante ainda
ficaram alguns questionamentos que continuarão a nos incomodar tal
como:
-De quem a Dalva
comprava os produtos utilizados para matar os animais? E com que CRMV
eles eram comprados se alguns que foram encontrados na casa no dia do
flagrante são de uso estritamente profissional?
-Quem foi o
veterinário que a ensinou a usar estes produtos? Ou que cedia seu
registro para as compras serem feitas?
-Porque o conselho
tutelar não tomou nenhuma atitude se havia uma criança naquela
residencia onde se matava tantos animais?
Uma dona de casa quase perfeita |
Para onde eram levados tantos sacos de lixo? e porque? |
-E porque apesar de
todos estes crimes ainda foi permitido a Dalva continuar a ter
animais em seu poder? Será que os protetores do Paraná estão
acompanhando o que está sendo feito na cidade onde ela está
morando?
Enfim hoje temos a
certeza de que o caminho escolhido para desmascarar talvez uma das
maiores psicopatas que já se teve conhecimento foi o correto, e que
a forma como o grupo conduziu este caso foi extremamente importante e
assertivo.
Para consulta:
Ré: DALVA LINA DA SILVA
Processo
nº: 0017247-24.2012.8.26.0050
C-1554/13
Assunto Ação Penal
Procedimento Ordinário
Crimes contra a Fauna
consulte o processo na íntegra em https://goo.gl/3mStRx
Processo
nº: 0017247-24.2012.8.26.0050
C-1554/13
Assunto Ação Penal
Procedimento Ordinário
Crimes contra a Fauna
consulte o processo na íntegra em https://goo.gl/3mStRx
Nota:
Gostaríamos de
lembrar aos que resgatam animais que existem outros lobos em pele de
cordeiro na proteção animal, e que ao entregar um bicho para eles
você estará colaborando com algo que pode representar sofrimento,
dor, crueldade e mesmo a morte rápida ou lenta dependendo da forma
doentia que estes criminosos escolhem para torturar e matar em nome
do “amor” que sentem.
Otimo Izo, uma historia completa, muito bem contada, com fatos, nomes, alertas e perguntas. Fica agora o mais importante, a captura da psicopata, onde ela esta? ainda em Parana? Foragida?
ResponderExcluirE fica uma triste experiência para nos protetores, estar sempre atentos e desconfiados com os lobos em pele de cordeiro. Ontem foi um dos dias mais felíces na causa animal!!! !!! Alguma coisa esta mudando no Brasil. Aplausos de pé para a juíza Patricia Alvarez Cruz! ABRAÇO
Se eu ver essa mulher na minha frente não aciono a policia. Vai sofrer muito nas minhas mãos antes ser presa.
ResponderExcluir👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluir