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A vida em uma caixa (tanque) de concreto não é vida. Foto: internet |
Mobilização contra maus-tratos a animais afeta lucro do SeaWorld
Frequência em parques aquáticos caiu após debate sobre orcas em cativeiro
NOVA YORK - O lucro do
SeaWorld foi afetado pela campanha contra o parque aquático
realizada com apoio da ONG Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais
(PETA, na sigla em inglês), revelou nesta quarta-feira o “Wall
Street Journal”. Segundo o jornal de finanças americano, o
SeaWorld registrou um resultado desapontador no segundo trimestre e
reduziu sua previsão de lucro para este ano, afirmando que o recente
debate na mídia sobre a forma como trata suas 23 orcas cativas
afetou o fluxo de visitantes em seus parques.
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Gráfico da queda das ações do SeaWorld - fonte Ric O'Barry's Dolphin Projects |
“A companhia crê que
a frequência no trimestre foi afetada por pressões relacionadas à
atenção da mídia em relação à proposta de mudança da
legislação no estado da Califórnia”, afirmou a companhia em uma
nota, ao anunciar seus resultados nesta quarta-feira. As ações da
SeaWorld chegaram a cair mais de 30% com a divulgação dos
resultados trimestrais.
Segundo o balanço da empresa, o SeaWorld
registrou um lucro no segundo trimestre de US$ 37,3 milhões, ou US$ 0,43
por ação, resultado que se compara a um prejuízo de US$ 15,9 milhões no
mesmo período do ano passado. A receita do grupo caiu 1,5%, para US$
405,2 milhões. Os analistas haviam projetado um lucro de US$ 0,59 por
ação e receita de US$ 445 milhões, segundo a agência Thomson Reuters.
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Ativistas em frente ao SeaWorld - Fonte da foto: internet |
DEBATE SOBRE LEGISLAÇÃO
Dois
deputados da Califórnia na Câmara dos Representantes propuseram um
estudo federal sobre o impacto da manutenção em cativeiro grandes
mamíferos marinhos. Eles citam “sérias preocupações com relação a danos
psicológicos e físicos” às orcas em cativeiro. A iniciativa ocorre num
momento em que a SeaWorld enfrenta pressões e protestos sobre a forma
como trata suas orcas cativas, também chamadas de “baleias assassinas”.
A
mobilização a favor do fim do uso desses animais como atração para os
parques temáticos cresceu em 2013, após o lançamento do documentário
“Blackfish”, que expõe as práticas do SeaWorld, após a morte de uma
treinadora de animais, que inspiraram a controvérsia na mídia americana.
O SeaWorld, por sua vez, mantém a defesa de suas práticas, afirmando
que considera sua maior prioridade o bem-estar dos animais.
Apesar
disso, o debate parece ter afetado os resultados financeiros do
SeaWorld. A companhia anunciou que prevê uma queda de 6% a 7% de sua
receita este ano. A companhia acrescentou que vai cortar custos para
estimular o crescimento, à medida que vê a continuidade da tendência de
uma receita menor. O grupo informou ainda que pretende reinvestir a
poupança gerada pelos cortes em novas atrações em seus parques. A
frequência total neste ano até 30 de junho caiu 4,3%. O SeaWorld também
anunciou um novo programa de recompra de ações avaliado em US$ 250
milhões.
A companhia informou ainda que a frequência em
seus parques cresceu 0,3% no segundo trimestre na comparação com o mesmo
período de 2013. Em geral, a receita anual do grupo é puxada por seus
resultados nos segundo e terceiro trimestres. O diretor executivo, Jim
Atchison, afirmou que a baixa frequência nos parques aquáticos
parcialmente apaga os benefícios de uma mudança na Páscoa e condições
climáticas favoráveis.
— Estamos felizes em anunciar um
crescimento na frequência no trimestre, apesar dos desavios do setor e
um ambiente competitivo, além de uma dura comparação com o mesmo
trimestre do ano passado — disse ele.
Fonte:
O Globo
Abaixo o trailer do documentário denúncia
Blackfish:
Nota:
A frase estampada na camiseta do garotinho ativista que abre a matéria, resume tudo o que pensamos sobre o terrível e cruel confinamento e consequente exploração das baleias e golfinhos nos parques aquáticos e aquários espalhados pelo mundo. Isso tem que deixar de existir e a nossa luta não pode parar até que este dia chegue.