Os que acessam este blog já viram algumas de nossas matérias falando sobre o tema turismo-exploração-crueldade.
Com certeza já conseguimos alertar muitos que jamais tinham pensado sobre o assunto e que a partir de um determinado texto ou vídeo publicado por aqui se pegou questionando sobre essa questão.
Este é nosso objetivo!!!
Nossa matéria campeã de acessos (cerca de 488495 até a data de hoje) cita justamente o famigerado zoológico de Lujan.
Mas nosso maior orgulho será sempre termos abraçado a luta contra a captura dos golfinhos de Taiji desde 2010, e conseguido divulgar o que acontece por lá através de nossas manifestações, e materiais publicados por aqui, pedindo para que não se faça turismo nos parques onde se nadam com golfinhos confinados.
Também já escrevemos sobre os passeios em elefantes e como são os tais "treinamentos" nos países asiático.
E com certeza é um bálsamo para os olhos ver que hoje um grande veículo de comunicação, como é o caso do jornal O Estado de São Paulo em sua seção de turismo tocar neste assunto que muitos desconhecem, e que podem até achar espinhoso de se falar quando se está buscando por diversão e lazer.
Parabéns a Amanda Noventa a jornalista que fez a matéria que estamos publicando abaixo.
Turista morre ao andar em elefante na Tailândia. Você ainda culpa o elefante?
AMANDANOVENTA
15 fevereiro 2016 | 08:59
O site CBS conta que o elefante se irritou após seu treinador se pendurar em suas costas para tirar fotos do turista escocês. Então arremessou o turista e o treinador no chão e os pisoteou. O treinador está bem, mas o turista não sobreviveu. Uma morte horrível, mas que poderia ter sido evitada se os envolvidos tivessem mais informação e bom senso.
O que as pessoas precisam entender é que elefantes não são como cavalos. São espécies selvagens que não servem para serem montadas.
A ONG Elephant Nature Park, referência no assunto na Tailândia, conta que para os elefantes chegarem ao ponto de carregar pessoas em suas costas, eles passam por um verdadeiro processo de tortura quando ainda filhotes. São tomados da mãe, confinados e apanham por dias, com fome e sono até que cheguem num estado lastimável de fazer tudo o que o homem manda. Assim, eles são colocados para trabalhar em circos, carregando madeiras nas florestas ou explorados através do turismo.
O que pouca gente sabe é que dá para ter uma experiência bacana com esses animais sem prejudicá-los. Eu passei um dia todo num refúgio na Tailândia cuidando de elefantes que foram resgatados desses trabalhos exploratórios. Lá quem manda são os animais e não os turistas. Pude dar banho nos elefantes, alimentá-los e fazer carinho. E com toda essa interação eu te pergunto: por que você ainda precisa subir no elefante?
A mesma coisa acontece com os tigres
Quantas pessoas na sua timeline você já viu numa foto fofa com um tigre aparentemente mansinho?Em fevereiro do ano passado, o templo de tigres mais famoso da Tailândia foi fechado. Quem tomava conta dos tigres eram alguns monges (e tem coisa que pareça mais inofensiva do que um monge?). Pena que eles não sabiam direito o que estavam fazendo e não deu outra. O templo foi investigado e, por fim, fechado por maus tratos, tráfico de espécies em extinção e venda ilegal de animais.
Infelizmente esse não era o único templo de tigres. Ainda existem muitos lugares como esse ao redor do mundo e alguns são até acusados de dopar esses animais para que eles fiquem “dóceis” e você possa tirar uma foto.
E os golfinhos
Na única vez em que tentei nadar com golfinhos num desses parques, não deu certo. Eu não tinha muita informação e, chegando lá, dei de cara com o golfinho de boca machucada. Não consegui fazer mais nada. Não quis nadar com o golfinho, nem alimentar e, muito menos, ser empurrada por eles na água. Virei as costas e fui embora. Não dava para colaborar com esse circo.
Sem contar que esses golfinhos são capturados no Japão e vendidos para parques do mundo todo. Os que não são selecionados pelos parques, são mortos (quase 20 mil ao ano).
A verdade é que existem muitos problemas com os animais que precisamos resolver. A caça de elefantes para uso do marfim, tráfico de pássaros exóticos, caça aos tubarões para fazer sopa de barbatana, etc. Mas como esse espaço é para falar sobre viagem, meu foco hoje está sendo o turismo animal. E talvez esse seja o problema mais fácil de resolver porque basta que nós, turistas, ignoremos esses passeios e tours que são oferecidos durante as nossas viagens. Você ajuda simplesmente não participando.
Se você acha que não faz a diferença, basta lembrar que o Sea World anunciou recentemente que irá encerrar seu show acrobático com baleias em um dos parques por falta de visitantes. Desde que o documentário “Blackfish” foi lançado denunciando o problema das orcas em cativeiro, o numero de turistas no parque caiu drasticamente.
Assim, eu quero acreditar que as pessoas estão começando a perceber que não tem nada divertido em ver um animal sendo explorado um dia inteiro enquanto todo mundo dá risada. E, principalmente, entender que nós, turistas, somos grandes responsáveis por essa exploração. Se não tem quem pague por esse tipo de turismo, ele deixa de existir.
Porque é muito legal que esses estabelecimentos sejam fechados pela justiça (o que é raro). Mas é mais legal ainda quando são fechados por falta de visitantes, como tem acontecido com as atrações do Sea World. Será que estamos evoluindo?
Link da matéria original do Jornal Estado de São Paulo .
http://goo.gl/fd81aJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário