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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Carta ao Senador Romário - Pelos animais, pela vida, pela coerência.


Foto O Globo - Cesar Loureiro

Ontem dia 18/10/2016 a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (Secretaria de Apoio a Comissão de Educação, Cultura e Esporte) deveria ter votado o parecer sobre o PLC 24/16  de autoria do Deputado Capitão Augusto, que tem como proposta elevar Vaquejadas e Rodeio a condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial.
Graças a pressão exercida pelos protetores e ativistas da causa de defesa animal conseguiu se adiar a votação com um pedido de vistas feito pelos senadores Antonio Anastasia e Cristóvam Buarque.
Segundo informações foram recebidos pelos senadores cerca de 5 mil emails pedindo que votem contra a proposta. 

Como representante da causa ontem no Senado Federal pudemos contar com a presença do ativista vegano George Guimarães - Veddas que fez uma peregrinação pelos gabinetes de diversos senadores expondo a gravidade desta proposta de lei para os animais, principalmente após o Supremo Tribunal Federal ter concedido a condição de inconstitucionalidade da lei 15299/13 que regulamentava a vaquejada no estado do Ceará.
Com o entendimento da Corte Máxima do país, a vaquejada passa a ser considerada uma prática ilegal, relacionada a maus-tratos a animais e, por portanto, proibida.
Ganhamos algum tempo para poder agir contra o PLC 24/16 porém longe de podermos contar vitória.
Vamos continuar a exercer pressão sobre os senadores e sobretudo no Senador Romário, presidente desta  comissão.
Pedimos a todos os ativistas e protetores que enviem emails de forma ponderada e contundente ao mesmo tempo. Vamos evitar ataques porque temos que trazer os senadores para nosso lado.

Enviem um e-mail para os senadores da Comissão:

romario@senador.leg.br; fatima.bezerra@senadora.leg.br; angela.portela@senadora.leg.br; cristovam.buarque@senador.leg.br; lasier.martins@senador.leg.br; paulopaim@senador.leg.br; wilder.morais@senador.leg.br; gladson.cameli@senador.leg.br; simone.tebet@senadora.leg.br; joao.alberto.souza@senador.leg.br; rose.freitas@senadora.leg.br; dario.berger@senador.leg.br; jader.barbalho@senador.leg.br; jose.agripino@senador.leg.br; alvarodias@senador.leg.br;antonio.anastasia@senador.leg.br; dalirio.beber@senador.leg.br; lidice.mata@senadora.leg.br; robertorocha@senador.leg.br; cidinho.santos@senador.leg.br; eduardo.amorim@senador.leg.br; pedrochaves@senador.leg.br
 
Participem da consulta pública disponível no site do Senado votando CONTRA o PLC 24/16
https://goo.gl/oW0tck

EsquadrãoPet 
 
Gostaríamos de dividir com nossos leitores uma carta muito apropriada enviada para o Senador Romário. Leiam e inspirem-se.

Prezado Senador Romário,

Ser um bom congressista é um imenso desafio.

Afinal, o “povo”, a quem o senhor representa, é um conjunto heterogêneo de indivíduos com múltiplas semelhanças, mas também, muitas diferenças. Impossível agradar a todos!
No entanto, coerência é tudo.
Seus mandatos têm primado pela coerência na defesa, por exemplo, das pessoas com deficiências e necessidades especiais. Um trabalho de indiscutível valor.

Mas há questões nas quais, compreensivelmente, não existe consenso. Uma dessas questões é a que envolve as leis de proteção aos animais. Neste âmbito, o senhor certamente recebe demandas as mais diversas – tanto daqueles que defendem o bem-estar dos animais, e o efetivo reconhecimento de seus direitos enquanto seres vivos e sencientes, quanto daqueles que alegam os mais diversos motivos para perpetuar as práticas que os exploram e expõem a crueldades.

A esse último grupo, pertencem os entusiastas da vaquejada. Tradição cultural, esporte, “patrimônio do Nordeste” – é possível atribuir qualquer nome a um ato que, em essência, não passa de... crueldade! 
Por favor, não pare de ler, Senador. É sério!

O senhor sabe que, em muitos países, apedreja-se a mulher que trai o marido, certo? É tradição. Mas é inaceitável. Há países nos quais o ladrão tem a mão decepada. É aceitável? Não.
Faz parte da cultura dos povos que seguem o Código de Hamurabi, mas é intolerável, pois degrada a pessoa. Mais que isso, rebaixa a humanidade. É cruel. O mesmo se aplica à vaquejada e a tantas outras práticas que utilizam animais como se fossem coisas.
Senador, eu lhe pergunto: em que medida o costume de derrubar um quadrúpede de meia tonelada no chão pode ser razoável? Como isso pode ser “divertido” e “cultural”?

Eu sei que o senhor e seus pares são assediados por gente que alega “importância econômica”, “tradição”, “regulamentação que evite maus-tratos”.
Porém, sejamos francos: tudo isso é hipocrisia.
A verdade é que existem meia dúzia de pecuaristas que lucram muito com esses espetáculos de horror, pois estes são eficientes “vitrines” para seus “produtos”. Nada contra o lucro, mas imagine, Senador Romário, se esta lógica tivesse impedido a luta dos abolicionistas que tanto fizeram para acabar com uma das mais antigas e lucrativas tradições do mundo – a escravidão?

A violência contra o animal é indefensável porque ela é imposta de maneira arbitrária a um ser que não pode falar por si mesmo; ela dessensibiliza os humanos envolvidos; ela legitima a dor e a humilhação como coisas “engraçadas”, que podem ser impostas pelo detentor do poder aos seus subjugados.

Como ensinar à criança que é errado ela praticar bullying, envolver-se em brigas corporais e impor-se aos colegas, se ela vê os adultos fazerem exatamente isso contra animais que não escolheram “entrar no ringue”?
Para efeito de comparação: será que o uso de capacetes e joelheiras pelos fraquinhos da escola tornaria aceitável que eles fossem surrados pelos “valentões”?
É isso que se pretende quando se fala em “regulamentar” vaquejadas e rodeios...
Pode realmente um congressista, que deveria dar o exemplo e legislar para todos, reconhecer como “patrimônio cultural” um embate de pseudo valentões contra seres que não têm voz para se defender? Senador, pergunte-se: o senhor acha mesmo que vaquejada é esporte?
Sua carreira foi no futebol, um desporto baseado na disputa igualitária – 11 pessoas de cada lado, em condições semelhantes, vencendo graças ao talento e ao esforço.
Como chamar vaquejada de “esporte”? 

Cada um deve votar conforme a própria consciência. E, embora entre o preto e o branco existam muitas tonalidades de cinza, há questões nas quais a diferença entre o certo e o errado é tão patente, é tão óbvia, que não resta espaço para dúvidas. O PLC 24/2016 é o oposto a tudo o que é bom, compassivo, certo, justo.  
Seu lugar deve ser na lata de lixo da História. 

Atenciosamente, Silvia Luiza Lakatos Varuzza 
Jornalista e historiadora
RG 19.607.530-0

domingo, 13 de julho de 2014

Pra comemorar muito!!! Festas de rodeio em queda de público no Brasil.





Duas matérias do jornal Folha de São Paulo, sobre o mesmo tema chamam a atenção neste domingo. Ambas datadas do dia 13/07/2014 relatam a queda de público nas festas de rodeio em nosso país e também citam  a ação da proteção animal que vem conseguindo impedir que os eventos aconteçam em algumas cidades ou mesmo impedir os que já ocorriam. 
Para nós defensores dos animais é motivo para muita comemoração, pois há anos as Ongs e autoridades que defendem os animais, lutam para diminuir ou acabar de vez com estes eventos que muitos chamam de festa, e que submetem os animais a crueldades, exploração da dor e do sofrimento, e que pelo alto faturamento que propiciam tem o apoio de muitos políticos, artistas, empresas e agencias de publicidade.
Que este seja apenas o início da queda do que alguns chamam de esporte e tradição, e que não passa de um show de horror e de tortura de animais indefesos.
EsquadrãoPet

Entidades de proteção aos animais 'cancelam' oito rodeios no Estado

Além da queda de público, nos últimos anos os rodeios em São Paulo tiveram de driblar também entidades protetoras que pedem o fim das provas com animais.
Atualmente, ao menos oito cidades do Estado, entre elas a capital, têm legislação que proíbe rodeios. Em outras 16, o Tribunal de Justiça proibiu a realização de eventos do tipo, em decisões em primeira e segunda instância e que ainda têm recursos a serem julgados.
O promotor do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) Laerte Levai disse que os rodeios submetem os animais a práticas não naturais ao ambiente rural e que resultam em maus-tratos.
No entanto, segundo Levai, a legislação deixa brechas de interpretação, o que dificulta a proibição das provas.
"Se não houver uma política ambiental paralela a essas ações na Justiça é 'chover no molhado'. Proíbe um rodeio aqui, mas um novo surge no outro ano ou em uma cidade ao lado", disse.
Para o promotor, a proibição dos rodeios ficou mais evidente e mobilizou a sociedade civil em 2011, após a Folha revelar a morte de um bezerro na festa de Barretos (423 km de São Paulo) durante a prova do bulldog –em que o peão tem de imobilizar o animal com as mãos, sem equipamentos.
Em maio, um acidente com seis cavalos que fugiram de um rodeio de Hortolândia e invadiram uma rodovia também pressionou cidades vizinha a discutirem mudança na legislação. A proibição já foi adotada por Valinhos (85 km de São Paulo).
Os cavalos provocaram um acidente com dez veículos, deixando nove pessoas feridas. Os seis animais morreram atropelados.
Para organizadores das festas, a ação de ativistas contra rodeios foi importante para "aumentar a profissionalização do esporte".
Adriano Moraes, diretor de eventos da PBR (Professional Bull Riders) Brasil, principal circuito do país, disse que a falta de conhecimento sobre as provas e os cuidados com os animais gera uma "polêmica desnecessária".
"Por ser um esporte ligado diretamente à cultura sertaneja brasileira, dificilmente, pelo menos dentro da PBR, um animal será machucado". disse Moraes.
Em Barretos, ONGs e "associações sérias envolvidas na proteção aos animais" são convidadas a conhecer o evento, de acordo com Jerônimo Luiz Muzetti, presidente de Os Independentes.
Fonte: Folha de São Paulo

Para frear queda de público, rodeios buscam diversificar festas
ISABELA PALHARES
RIBEIRÃO PRETO

Com o auge e a expansão dos rodeios no interior entre as décadas de 1990 e 2000, atrelados à popularização do sertanejo, as festas agora buscam diversificar para tentar frear a redução de público.
O problema atinge festas de peão tradicionais, como as de Barretos, Americana, Limeira e Jaguariúna.
A ausência de novidades no meio sertanejo, o novo comportamento de frequentadores, as ações de entidades de proteção animal e até a Copa são motivos apontados pelos eventos para a situação atual.
Com a maior festa do país, Barretos (423 km de São Paulo) estima neste ano 900 mil visitantes em 11 dias de evento. Nos anos 2000, chegou a receber um milhão.
Jerônimo Luiz Muzetti, presidente de Os Independentes, organizador do evento, diz que a "essência" continua sendo o sertanejo, mas afirma que é preciso investir em programação com artistas de outros gêneros.
Neste ano, a festa aposta na funkeira Anitta, no cantor de axé Bel Marques e na banda de pagode baiana Psirico.
O desempenho do rodeio de Americana (127 km de São Paulo) tem assustado organizadores. Pelo segundo ano seguido, teve queda de público. Neste ano, o total (243 mil) foi 30% menor que em 2013 –que já havia sido 14% inferior a 2012.
Apesar de "culpar" a Copa por roubar a atenção da festa entre 14 e 22 de junho, o presidente do Clube dos Cavaleiros de Americana, Roberto Lahr, disse estudar medidas para o próximo ano.
Uma é reduzir o evento, já "encurtado" em quatro dias desde 2012. Mesmo assim, a média de público caiu 10,5% e registrou 30 mil visitantes diários neste ano. "Apesar de nomes como Luan Santana e Gusttavo Lima ainda renderem público, não são mais uma grande novidade."
Marcelo Coghi, presidente da festa de Limeira (151 km de São Paulo), que em 2013 teve público de 140 mil, 12,5% menos que em 2012, já reduziu de sete para seis dias para concentrar atrações e manter o público, que "prioriza conforto e qualidade".
"As pessoas preferem vir um dia, ficar no camarote e beber uísque do que vir todos os dias e ficar na pista", diz.
Jaguariúna (123 km de São Paulo), que atraiu 100 mil pessoas nas últimas festas, mudou a data para setembro, mês do aniversário local. A organização será em parceria com a prefeitura, para tentar atrair mais público.
José Leonardo do Nascimento, docente da Unesp especializado em cultura caipira, disse que o declínio de público mostra que o modelo não representa tradições do caipira brasileiro. "Assim como outras cópias que fizemos da cultura americana, o rodeio atingiu seu auge e hoje já não exerce atração."
Fonte: Folha de São Paulo